O Sr.
Almirante Gouveia e Melo, não resistiu ao fascínio dos holofotes e condenou,
humilhou na praça pública, perante o País e o mundo, os seus Militares e
revelou a parte menos sensata de um verdadeiro líder.
Com
cara de mau, foi debitando ralhetes, não tanto para os militares ouvirem, mas
para mostrar que estava ali, que tinha poder e que a Marinha não voltaria a
tolerar atos desta natureza, mesmo que os navios continuem avariados.
Este
é um estilo de liderança que não aprecio. As reprimendas dão-se na privacidade do
gabinete. Os Militares, neste caso da Marinha, são profissionais competentes,
são Homens inseridos e respeitados nas suas comunidades, nas suas aldeias, têm
Pais, Filhos, Amigos e não podem estar sujeitos a ralhetes públicos, como se de
qualquer robot insignificante se tratasse. Se o ato praticado por eles pode
afetar a imagem da Instituição, a resposta do seu Comandante também não foi a
melhor.O Sr.
Almirante é o Comandante dos Comandantes e tem por isso uma boa parte da
responsabilidade. Ao ter um navio com um motor avariado, um gerador
inoperacional e mais um sem fim de avarias, um bocadinho menos de arrogância
não lhe ficaria mal.
O Sr.
Almirante vai continuar a ser o Comandante dos Comandantes, mas acho que nunca
mais vai ser um Comandante desejado e genuinamente respeitado pelos “seus”
Homens.
O
fascínio dos holofotes tem destas coisas.
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