sexta-feira, 17 de março de 2023

DA POLÉMICA DA MARINHA AO FASCÍNIO DOS HOLOFOTES



O Sr. Almirante Gouveia e Melo, não resistiu ao fascínio dos holofotes e condenou, humilhou na praça pública, perante o País e o mundo, os seus Militares e revelou a parte menos sensata de um verdadeiro líder.

Com cara de mau, foi debitando ralhetes, não tanto para os militares ouvirem, mas para mostrar que estava ali, que tinha poder e que a Marinha não voltaria a tolerar atos desta natureza, mesmo que os navios continuem avariados.
Este é um estilo de liderança que não aprecio. As reprimendas dão-se na privacidade do gabinete. Os Militares, neste caso da Marinha, são profissionais competentes, são Homens inseridos e respeitados nas suas comunidades, nas suas aldeias, têm Pais, Filhos, Amigos e não podem estar sujeitos a ralhetes públicos, como se de qualquer robot insignificante se tratasse. Se o ato praticado por eles pode afetar a imagem da Instituição, a resposta do seu Comandante também não foi a melhor.O Sr. Almirante é o Comandante dos Comandantes e tem por isso uma boa parte da responsabilidade. Ao ter um navio com um motor avariado, um gerador inoperacional e mais um sem fim de avarias, um bocadinho menos de arrogância não lhe ficaria mal.
O Sr. Almirante vai continuar a ser o Comandante dos Comandantes, mas acho que nunca mais vai ser um Comandante desejado e genuinamente respeitado pelos “seus” Homens.

O fascínio dos holofotes tem destas coisas.

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