quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

DEDICADO AO VIMIEIRO, S. PEDRO DE ALVA - UM DOS RECANTOS MAIS BONITOS QUE CONHEÇO


Sinto!..as cores do teu sorriso
A claridade do teu olhar
Perco-me na tua ausência, mas eu sinto.
No Alva, no rio, no leito!...no teu labirinto
Perco-me, mas eu sinto.
Sinto a roda!..num incansável movimento circular
E ouço, com esperança, o silêncio do ruído que sai da velha moenda.
Sinto as palavras mudas do teu pensamento, o álgido calor das tuas mãos, o beijo molhado do borbulhar da cascata!
Perco-me, na espuma do tempo, e ouço-te no terno chilrear dos passarinhos!
Procuro para ti esses recantos e caminhos onde deixo marcas para me encontrar.
Perco-me, mas eu sinto.
Sinto o sol,...as flores...
Sinto o silêncio... talvez o luar!..
Oriento-me no reflexo das tuas águas!
E na suavidade das tuas cores...
procuro o sabe(o)r (a)mar!...
Agora que te encontro quero nadar, mergulhar nas águas quentes e embalar.
Agora que te encontro, quero ter-te!....e ficar.
 quero nadar, mergulhar nas águas quentes e embalar.
 o silêncio do ruído que sai da velha moenda
Oriento-me no reflexo das tuas águas!
E na suavidade das tuas cores...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O IP3 E O FANTASMA DA NOVA AUTOESTRADA



De acordo com o último ranking apurado das 750 maiores empresas do distrito de Coimbra, (dados recolhidos pela empresa "Informa D&B", referentes ao exercício de 2012), o Concelho de Penacova aparece referenciado com 17 empresas.
Não sendo nada de extraordinário e mesmo reportando este estudo ao balanço e demostração dos resultados referentes ao exercício de 2012, é importante sublinhar a capacidade e a preseverança destes empresários, que, com outros de menor dimensão, dão vida a este nosso concelho, que nunca teve uma verdadeira estratégia empresarial.
É igualmente importante sublinhar, apesar de tudo, o esforço do Municipio na construção do Parque Empresarial da Alagoa, aproveitando este eixo estratégico do IP3.
Não tenho dúvidas,  que estas empresas de sucesso têm o seu expoente máximo na capacidade empreendedora dos seus acionistas, nos seus recursos humanos, mas também é importante referir que as acessibilidades rodoviárias contribuem, como aliás, em qualquer outro lado, para a afirmação plena do seu potencial.
Estou convencido, por isso, que a construção de uma nova autoestrada de ligação Coimbra-Viseu, que transforme o IP3 em estrada secundária, não beneficia em nada as empresas e os empresários e julgo mesmo, que Penacova nem deveria querer ouvir falar desta solução, muito menos considerá-la como prioridade de investimento para os próximos tempos.
O IP3 e o IC6, estão hoje entre as estradas mais movimentadas do nosso País e conferem a Penacova uma centralidade ímpar no traçado rodoviário importantissimo, Coimbra-Viseu-interior norte e a ligação privilegiada à A25, como porta de acesso a Espanha e à Europa, ao interior e ao litoral.

Desperdiçar este capital estratégico é um erro que se pagará muito caro, um dia, se o IP3 for pouco mais do que uma estrada de acesso local.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

2 DE DEZEMBRO-DIA INTERNACIONAL PARA A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA


Dia 2 de Dezembro celebra mais uma efeméride. Mas esta não é uma celebração qualquer. O dia 2 de Dezembro, instituído em 2004 pela Organização das Nações Unidas (ONU), recorda a aprovação da Convenção das Nações Unidas, em 1949, para a supressão do tráfico de pessoas e da exploração da prostituição de outrem.

Mas este dia deve também reavivar a memória e a história de toda a humanidade, que adotou a prática social do esclavagismo, como forma mais sórdida de exploração e humilhação da condição humana.

Esta história, o seu conhecimento, a evocação da sua memória permite-nos honrar os milhões e milhões de seres humanos que, de uma ou de outra forma, a protagonizaram, mas permite-nos, sobretudo continuar a realizar o combate contra as novas modalidades de escravatura e de tráfico de seres humanos, de fanatismos politicos e religiosos, de exploração sexual, de recrutamento forçado de crianças, de casamentos obrigados, das piores formas de trabalho infantil e da privação da liberdade associada à pobreza extrema.

Num mundo dito moderno e socialmente aceitável, nunca é de mais lembrar que cerca de 27 milhões de homens, mulheres e crianças são vitimas das mais diversas formas de escravidão, ou seja, mais do que o dobro de Africanos forçados a trabalhar durante os 400 anos de tráfico para as Américas.

De acordo com relatórios publicados, o tráfico de seres humanos gera ainda qualquer coisa como 32 biliões de dólares por ano e no momento em que era expectável que estes números diminuíssem no sentido da modernidade e do progresso social, novos paradigmas de organização dos povos, de relações laborais e aumento de conflitos armados, continuam a potenciar este fenómemo degradante, perante uma aparente passividade dos mais ricos e poderosos.

Não temos nenhuma receita mágica para um problema desta dimensão, mas, exatamente por isso, é muito importante não esquecer e colocá-lo, cada vez mais, no topo da agenda mediática e na primeira linha do conhecimento e da academia global.

Uma sociedade mais informada tem mais facilidade em combater as desigualdades e como disse recentemente Malala Yousafzai, “Uma criança, um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo”.

sábado, 22 de novembro de 2014

HOMENAGEM AO PRECIOSO NÉCTAR! E NÃO SÓ


Provo-te!… um travo doce e apaixonado,

Sinto-te!…extraído de casta pura

No “cristal” deposito um terno beijo

Sossego o olhar sereno enamorado, e

Devoro-te!.., na imensidão do meu desejo.

Sinto-me leve, tonto, mas tão perfeito!...

Embriagado!.. entrego-me nesta  aventura.

 
É assim, assim mesmo, com respeito

Que te aprecio!.. num mar imenso de ternura.

 

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O MEU...O TEU...O NOSSO ..MIRANTE! ...OU A BELEZA INDESCRITÍVEL DA PAISAGEM


Há momentos assim, inspirados por uma paisagem que tão bem conheço, mas que me fascina, que me diz... e transporta sempre para algo diferente.
 
Por instantes senti-me preso, suspenso no afago de um olhar, na magia do silêncio, na ternura do meu pensamento!....naveguei nas águas do “meu” rio.
 

É assim o Mirante de PenaCova! Serão certamente assim os mirantes de outra Cova qualquer.


 


 

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

OS 85 SENHORES MAIS RICOS DO MUNDO TÊM TANTO COMO A METADE MAIS POBRE



Quando parece que o mundo finalmente está a camimho da verdadeira civilização e nos fazem acreditar que a democracia é um dado adquirido, um relatório divulgado esta semana, conclui que em plena crise financeira?? que se alegadamente se abateu sobre o mundo, o número de multimilionários duplicou.
O relatório conclui também que a riqueza concentrada nas mãos das 85 pessoas mais ricas do mundo equivale aos recursos da metade mais pobre da população mundial.
Quanto à distribuição de riqueza, o mesmo estudo chega à triste conclusão que 86% dos recursos do planeta estão concentrados em apenas 10% da população, enquanto a maioria dos 70% mais pobres – que são mais de 3000 milhões de adultos – apenas dispõem de 3% dos recursos.
Este é o resultado desta alegada democracia e do socialismo moderno que nos distrai, tantas e tantas vezes, com a distribuição descarada de subsídios para esconder a verdadeira génese da política realmente praticada. Até um dia.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

DISCURSO NA SESSÃO DE ABERTURA DO 42.º CONGRESSO NACIONAL DA LBP


Ex.mo Sr. Secretário de Estado da Administração Interna
Ex.mo Sr Presidente da Mesa dos Congressos da Liga dos Bombeiros Portugueses
Ex.mo Sr. Presidente da CM de Coimbra e também Presidente da ANMP
Ex.mo sr. Presidente do CE da LBP
Ex.mo Sr. Presidente do Conselho Fiscal da LBP
Ex.mo Sr. Presidente do Conselho Jurisdicional
Ex.mo Sr. Presidente do Conselho Consultivo
Ex.mo Sr. Presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil
Ex.mo Sr. Presidente da Escola Nacional de Bombeiros
Ex.mo Sr. Diretor Nacional
Ex.ma Sr.ª Vice Reitora da Universidade de Coimbra, em representação do Magnifico Reitor
Ex.mo Sr. Comandante do Agrupamento Centro Norte, em Representação do Sr. Comandante Operacional Nacional da ANPC
Ex.mos Senhores Presidentes de Camara Municipais aqui presentes
Ex.mo Sr. Representante da Junta de Freguesia de S.tº António dos Olivais
Ex.mo Sr. Presidente da Administração Regional de Saúde do Centro
Ex.mo Sr. Presidente do Turismo do Centro
Ex.mo Sr. Comandante Operacional Distrital
Ex.mo Sr. Comandante do Comando Territorial de Coimbra da GNR
Ex.mo Sr. SuperIntendente Comandante do Comando Distrital da PSP
Ex.mo Sr. Diretor da Diretoria do Centro da Policia Judiciária
Ex.mo Sr. Vice Presidente da Associação Espanhola de Lucha
Ex.mos Srs. Presidentes das diversas Federações Distritais de Bombeiros aqui presentes.
Ex.mos Srs. Presidentes e demais diretores dos Orgãos de Gestão das Associações Humanitárias de Bombeiros, Senhoras e Senhores Comandantes e demais elementos de comando, permitam-me que refira em particular os do meu distrito que partilharam comigo os momentos e foram muitos que antecederam este Congresso,
Fénixes e Crachás de Ouro,
Senhoras e senhores Convidados
Senhoras e senhores Congressistas
Ex.mo Senhor Padre José Manuel da Silva, Capelão Nacional dos Bombeiros Portugueses.
Minhas senhoras e meus senhores
Senhoras e senhores jornalistas
 
É nesta cidade moderna, mas também com uma singularidade ímpar relativamente ao seu passado, que tem lugar o 42.º Congresso Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses.
É, sem dúvida, um acontecimento com muito significado que constitui para todos nós uma tarefa aliciante, mas é, acima de tudo, uma honra muito grande para as Associações e Corpos de Bombeiros do distrito, para os seus dirigentes e responsáveis operacionais e para todos aqueles, que, neste espaço geográfico, envergam com orgulho a farda de Soldados da Paz. É em seu nome, que transmito as nossas mais calorosas e cordiais saudações a todos os participantes, aos nossos convidados às Senhoras e Senhores congressistas e desta tribuna saúdo, desde Coimbra, os Bombeiros Portugueses em geral que a esta hora estão envolvidos em tantos e tantos incidentes, a maior parte de uma forma perfeitamente voluntária e altruísta. É também desta tribuna, que me curvo respeitosamente perante todos aqueles que já não estão entre nós e que fazendo Jus ao lema Vida por Vida a perderam ao serviço do bem comum.
Que o seu sacrificio seja sempre reconhecido como um ato de coragem, de abnegação e de amor ao próximo, mas que seja também uma esperança permanente, uma luz muito forte e uma vontade inabalável de vencer todos os obstáculos, sem colocar em causa o nosso valor mais precisoso. A vida de cada um de nós.
Dignissimas Autoridades Senhoras e senhores congressistas, este não é um Congresso qualquer, estamos convictos que ele fará história, fará história, sobretudo pelas importantes decisões que vierem a ser tomadas, mas fará história também porque é até agora, e certamente será por muito tempo, o Congresso mais participado de sempre.
A todos os que nos honram com a sua presença, a sua participação, as suas comunicações e reflexões, mas também as simples vivências e experiências de uma luta partilhada em comum, uma vez mais o nosso sincero agradecimento.
Permitam-me uma palavra de particular reconhecimento a todos quantos nos ajudaram e repartiram connosco esta responsabilidade. Não podendo particularizá-los, deposito nas mãos do Dr. Manuel Machado, Presidente da CM de Coimbra, esta palavra Amiga de gratidão dos Bombeiros deste distrito e dos Bombeiros do País.
Dignissimas Autoridades, Senhoras e Senhores Congressistas, não, não  somos nós, apenas os que estamos aqui dentro, que estaremos atentos e com os olhos postos neste pavilhão.
Porventura com uma atenção redobrada, estão todos aqueles que são, isso sim, os verdadeiros protagonistas desta nossa história contemporânea e que se afirmam, hoje e sempre, como exemplos na luta pelos valores da solidariedade e do humanismo, interpretando todos os dias uma atividade tão multifacetada de emancipação social e humana, mas também e tantas vezes de risco tão elevado.
É a esta riqueza e profundidade do seu trabalho, a esta intensa atividade civica sem paralelo no domínio da intervenção na emergência e da ação permanente de solidariedade social,  que este Congresso ,que agora se inicia ,não deixará de dar um particular relevo, colocando o interesse coletivo dos Bombeiros e da sociedade acima de qualquer ambição pessoal.
Sr. Secretário de Estado, Senhoras e senhores convidados, caros Congressistas, fizemos nos últimos anos grandes progressos em diversos dominios, na formação, na segurança individual, na modernização sem paralelo do nosso parque automóvel e no equipamento de proteção e socorro, na modernização da capacidade administrativa, no apoio social e até no reconhecimento da nossa competência individual e coletiva.
Mesmo em tempos de crise não perdemos nada do essencial, antes pelo contrário fomos tendo paulatinamente ganhos significativos, que foram apesar de tudo o suporte para o aumento também significativo do número de serviços prestados.
É preciso não esquecer, ou melhor é preciso relembrar, de quando em vez, que o aumento das fragilidades sociais, o encerramento de centros de saúde e as vulnerabilidades individuais de uma população cada vez mais velha, potenciaram o trabalho das Associações, que passaram também a ser cada vez mais humanitárias.
Apesar disso, e de todos estes progressos, ou talvez por isso, precisamos continuar. Regredir agora seria o pior que nos podia acontecer. Andar para trás seria penalizar ainda mais, não apenas os Autarcas e dirigentes Associativos, mas também uma boa parte da sociedade portuguesa que todos os dias nos bate à porta. É por isso importante que deste Congresso saiam linhas gerais de financiamento da Instituição Bombeiros, sejam eles Voluntários ou Municipais. As Associações e os Municipios precisam, de uma vez por todas, de saber em cada momento com o que podem contar para fazer face às exigências crescentes em matéria de proteção civil e das tarefas que nos são confiadas.
Precisamos discutir e aprofundar o nosso papel na sociedade e reganhar a nossa identidade no Comando das operações cometidas a Bombeiros.
 
Caros Congressistas Caros Companheiros, estou certo que em Coimbra, cidade do conhecimento, cidade dos estudantes, Coimbra dos doutores, Coimbra que é uma lição...dos nossos sonhos e amores, Coimbra que inspirou e inspira artistas, poetas e trovadores, nesta cidade e neste Congresso, havemos de ter em cada momento, também todos nós, a inspiração necessária que fortaleça a nossa identidade e nos dê competência, capacidade e energia, não só para interpretar este nosso mundo, mas, sobretudo, para assumir o compromisso de o transformar.
Tal como as Cortes Reais, que reuniram em Coimbra em 1385, tiveram uma importância capital na nossa história, estamos convictos que este 42.º Congresso marcará de forma indelével, não apenas o futuro dos Bombeiros Portugueses, mas também do sistema de proteção e socorro, que há-de continuar a garantir, com carinho pelas nossas terras e amor pelas nossas gentes, a segurança individual e coletiva dos nossos concidadãos.
Foi talvez este amor pelas suas gentes e o espirito humanista que inspirou Camões, numa das estrofes mais bonitas do canto III dos Lusíadas:
"As filhas do Mondego, a morte escura
Longo tempo chorando memoraram
E por memória eterna em fonte pura
As Lágrimas choradas transformaram
O nome lhe puseram que ainda dura
Dos amores de Inês que ali passaram
Vede que fresca fonte rega as flores
Que as Lágrimas são água e o nome amores"
 
Desejo que as superiores decisões deste Congresso sejam tão frescas e cristalinas como fresca é a fonte que rega as flores.
Que as lágrimas.. Essas,.... são água e o nome amores.
 
 
António Simões
Presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra