Penacova viveu ontem mais um dia
de festa. As comemorações dos 150 anos do nascimento de António José de Almeida,
essa figura ímpar do nosso concelho, talvez o político mais importante da
história da República, como referiu Reis Torgal na sessão solene evocativa do feriado
municipal, mas também as cerimónias do encerramento dos 86 anos da Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penacova, a associação das
associações, como lhe chamou Humberto Oliveira, deram de facto um cunho
cultural, social e evocativo ao dia da identidade do nosso município.
Também no Sábado o Rancho
Folclórico e Etnográfico de Zagalho e Vale de Conde, ou também, ontem mesmo, o
Grupo Etnográfico de Lorvão comemoraram, um e outro, os seus aniversários com
os habituais encontros de folclore, dando provas de que o concelho não é apenas
a sua sede e que as suas Associações e as suas gentes também brilham, muito
para além dos grandes artistas pagos a peso de ouro.
A semana que terminou foi, aliás,
preenchida com as denominadas “festas do município”. Criticadas por uns, apenas
aceites por outros, elogiadas por muitos, as festas vieram para ficar e
ultrapassaram, há muito, as pequenas mostras de artesanato que ainda assim
animavam o “terreiro”.
Não, claro que não questiono a
importância das festas, e não é apenas porque uma parte da receita da
bilheteira, reverte a favor da AHBV de Penacova, facto que por si só já tem um
significado muito relevante. Considero, sem reservas, que um Município como
Penacova, precisa muito de mostrar o que tem de melhor, de passar para o
exterior, de dar a conhecer ao mundo as suas potencialidades, culturais, turísticas,
gastronómicas, mas também comerciais, sociais e industriais. As Festas são sempre um bom palco para alcançar este
desiderato.
E é exatamente neste aspeto, que, na minha opinião,
as “festas do município” precisam de melhorar. Bem sei que o espaço atual é exíguo
e, que por isso, já é muito bom ter algumas Associações, algum artesanato, a
representação dos restaurantes e até algum pequeno comércio sobretudo ligado à
gastronomia. Mas falta puxar pela dinâmica empresarial, dar voz, dar espaço,
dar visibilidade, falta apelar à participação, ao empreendedorismo e à criatividade
dos nossos empresários e comerciantes, falta convidá-los, envolvê-los,
apoiá-los, abraçá-los, fazê-los sentir que estamos com Eles com o coração, a
alma e o Ser Penacovense.
Não somos, de facto, um concelho
industrial, mas, ainda assim, temos boas empresas e um conjunto de pequenos e
médios empresários, dos melhores entre os melhores, que acarinhados e estimulados
gostariam, estou certo, de emprestar um outro valor às “Festas do Município”.