terça-feira, 21 de abril de 2020

À FRENTE DA LINHA OU NA LINHA DA FRENTE

O Covid não fugiu à regra. Uma boa parte dos doentes, que são tratados nos Hospitais, passam, em primeira mão, pelos cuidados de emergência pré-hospitalar nas ambulâncias tripuladas por BOMBEIROS.
O que seria de muitos doentes se não contassem com a dedicação primeira dos Bombeiros, e, como seria tão mais difícil a tarefa dos profissionais das Unidades de Saúde, se recebessem todos os doentes sem o trabalho prévio feito no pré-hospitalar.
À frente da linha ou na linha da frente? Eu diria que é básicamente a mesma coisa. Os Bombeiros estão onde sempre estiveram, na primeira linha, no epicentro, no início e no fim dos grandes problemas.
Associados quase sempre e só aos Incêndios, é bom não esquecer, que o grande trabalho dos BOMBEIROS é na área da saúde e são Eles que asseguram mais de 80% das urgências.
No COVID-19, temos feito tudo o que é humanamente possível, socorremos com profissionalismo e dedicação, temos aquirido os Equipamentos, temos reorganizado escalas de serviço, fazemos as refeições, limpeza dos quartéis, as camas onde dormimos, lavamos a roupa e confinamo-nos sem lamentações.
Fazemos tudo e reivindicamos tão pouco, na grande maioria dos casos nem o salário.
Talvez por isso, ou certamente por isso, somos dos menos lembrados.
Mas também por isso, e apesar disso, estamos sempre na linha da frente e por maioria de razões à frente da linha.

 

segunda-feira, 30 de março de 2020

COVID_19


Vivemos tempos difíceis em pleno epicentro da primeira pandemia da era digital, em que tudo é percecionado ao segundo, num tempo em que as notícias são dadas mesmo antes dos factos acontecerem.
Hoje, mais do que nunca, é essencial confiarmos, acreditarmos, mas, sobretudo, saber distinguir o que é verdadeiramente importante.
Mesmo com alguma demagogia, aqui e ali, com alguns descuidos e faltas de bom senso, não tenho dúvidas, que todos estamos verdadeiramente comprometidos em encontrar soluções, e as melhores soluções, para minimizar o impacto desta doença, que ninguém esperava e que verdadeiramente ninguém ainda conhece.
A nível nacional, ainda que possamos discordar de muita coisa, tomámos iniciativas mais cedo e porventura mais acertadas do que outros países da europa e do mundo.
Ao nível local, estamos muito empenhados em ter soluções e recursos para uma eventual fase mais aguda, que não sabemos quando nem como, ocorrerá.
Sob o “chapéu” do Município, têm sido tomadas todas as medidas julgadas necessárias, para minimizar eventuais impactos mais severos. Sensibilização pública, identificação e preparação de espaços de acolhimento alternativos, criação de centro de recursos, linhas opcionais dedicadas e um trabalho intenso com as IPSSs, que estão muito motivadas para o problema, com as Juntas de Freguesia que têm tido um papel relevante nos contactos com o tecido empresarial, na identificação de famílias e cidadãos mais vulneráveis, na desinfeção de espaços, na regulamentação do acesso aos cemitérios e espaços públicos.
Com as Entidades Municipais, Bombeiros, Centro de Saúde, GNR, Escuteiros, instituições privadas num trabalho constante e exaustivo, levado a cabo por um conjunto de colaboradores que não regateiam esforços.
Todos estamos empenhados em cumprir, mas temos que ser todos, os que podem ficar em casa e os que efetivamente não podem, mas que têm de observar as regras próprias de um estado de emergência.

Juntos, conscientes e motivados mais facilmente venceremos!
 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

VULNERABILIDADES


Há, de facto, ocorrências que não podemos evitar, mas os últimos dias de 2019, com as chamadas depressões, mostraram mais uma vez as vulnerabilidades do nosso território.
Árvores caídas para as vias de comunicação, estradas cortadas ou condicionadas, algumas por falta de manutenção, aldeias sem luz, sem televisão, sem internet apenas e só porque não há cuidado de proteger as linhas, diques que rebentam, alegadamente, por falta de vistorias, inundações por manifesta falta de limpeza, aldeias e vilas sem água, enfim um sem número de situações que, com um pouco mais de cuidado e de trabalho antecipado, podiam ser evitadas, ou pelo menos minimizadas.
Falta, a uma boa parte do País, uma cultura de prevenção mais aprofundada e um conceito de cidadania ativa, mais forte e exigente. Aceitamos tudo muito passivamente, parece que somos um povo hipnotizado, extasiado, encantado com a retórica, com o populismo exacerbado de alguns responsáveis políticos dos diversos patamares. Aplaudimos os discursos bonitos mas não cobramos o incumprimento das promessas, preferimos uma cultura de facilitismo, ao invés de exigir o cumprimento das condições mais básicas de conforto e segurança.
Ficamos muito incomodados, críticos mesmo até á exaustão se não há festa e fogo-de-artifício, mas aceitamos como natural ter as estradas a cair.
Infelizmente isto passa-se no nosso concelho, no nosso país e mesmo à escala internacional.
Na Austrália, os incêndios matam dezenas de pessoas, queimam milhares de casas de primeira habitação, destroem milhares e milhares de hectares de floresta, transformam por completo o ecossistema de uma região e poluem como nunca.
Mesmo assim, não faltou a festa nem o fogo de artifício.