Quando
se esperava que o mundo moderno, mais inteligente e sensível evoluísse para tempos
de paz, de maior esperança e prosperidade para os mais desfavorecidos, surgem,
em diversas regiões, graves conflitos a uma escala cada vez maior e mais
assustadora.
O
Universo parece desabar em cima de milhões de habitantes da terra, que sofrem
as agruras das catástrofes naturais provocadas pelas alterações climáticas,
pelos sismos ou pelos incêndios sem controlo, mas desaba também por cima de
outros tantos, perfeitamente inocentes, que são obrigados a sobreviver bem no epicentro
das zonas devastadas pela guerra.
É no
contexto de uma geopolítica muito complexa, que surge a confirmação que António
Guterres, cidadão do meu País, foi indicado, esta quarta-feira, como
secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo Conselho de
Segurança à Assembleia-geral, que deverá aprovar o seu nome dentro de alguns
dias.
Claro
que fiquei muito satisfeito, pelo Eng. António Guterres, por Portugal, mas
sobretudo pelas Nações Unidas, que precisam, agora talvez mais do que nunca, de
uma liderança forte, consensual e sobretudo de causas.
António
Guterres não foi propriamente feliz como Primeiro-ministro de Portugal, mas
deixou uma marca humanista e solidária, marca que transportou para o ACNUR e
que esperamos transporte agora para um dos mais altos, senão o mais alto, cargo
mundial.
Fiquei feliz, como fiquei quando foi nomeado
Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), quando Durão
Barroso foi nomeado Presidente da Comissão Europeia, ou Freitas do Amaral
Presidente da Assembleia Geral da ONU, ou mesmo quando Jorge Sampaio foi
nomeado Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
São
Portugueses ilustres, que elevam ao mais alto nível o nome de um pequeno País,
do meu País, e não posso ter dúvidas que todos são eleitos pelos seus méritos e
pelas suas capacidades.
No
caso presente, acredito sinceramente na valia de António Guterres e desejo-lhe
os maiores êxitos na certeza de que serão também um sucesso coletivo e uma
esperança renovada para o mundo.