quinta-feira, 21 de setembro de 2017

MAIS UM AMIGO

A Vida não está fácil. Ontem perdi mais um Amigo!
Saúl Rico, Amigo e colega, mas sobretudo um Homem com quem partilhei, durante uma fase das nossas vidas, muitas e muitas horas de trabalho, de convívio e mesmo momentos de grande cumplicidade, por vezes só nossos, que ficaram gravados na memória de ambos.
Os últimos tempos não foram particularmente fáceis e as nossas conversas quase se resumiam ao trivial, ainda assim, há poucos dias, tivemos oportunidade de trocar um abraço, o abraço de despedida. A vida tem mesmo destas traições, e agora que partiste, sinto a nostalgia desse instante que não imaginava seria o último.
Não, não voltaremos a jogar a sueca, como tantas vezes o fizemos no passado, mas ficas apenas à nossa espera e, um dia, lá nos encontraremos no universo do tempo, daremos um novo abraço e, quem sabe, voltaremos a “batê-las”.



 

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

PERDI UM AMIGO



Também eu estou mais “escuro”.
Não, não é apenas o rosto, a véstia ou mesmo o olhar mais sombrio! Não, não é!!
É o coração e alma que sentem a melancolia, o desgosto e a tristeza infinda de ver partir um amigo. Assim, repentinamente, a notícia cai. Ficamos perplexos, incrédulos, a nossa cabeça transforma-se num turbilhão de pensamentos, de recordações, de imagens. Sim de imagens! Imagens de um Homem sereno, tranquilo, sensato, também preocupado, imagens inesquecíveis de um Amigo!!
O Alberto, não é conhecido de Penacova, mas gostava da minha, da nossa terra. É um daqueles Amigos a quem que tive oportunidade de mostrar o Mosteiro de Lorvão, o Penedo do Castro, os Moinhos, as Barragens, a “Água das Caldas” de o trazer, aos “nossos” restaurantes, ao Côta, ao Cortiço, ao Vimieiro, ao Aires, à Quinta da Conchada e já não foi ao Piscinas.
É difícil escrever mais, e, por mais rico que fosse o meu vocabulário e fértil a minha imaginação, nunca escreveria melhor, do que o Dr. José Oliveira Alves e o Dr. Nuno Espinal, transcrevo, por isso, neste meu espaço, as suas palavras que ficarão para memória futura como o testemunho e a homenagem a um Amigo comum.
Também eu, Caro Alberto, não te esquecerei, “no escuro” (que este ano partilhei tão pouco) ou qualquer que seja o local do nosso próximo almoço.


Caro Alberto:

Não tinhas o direito de partir assim.
Sem mais, como se não fosses importante para todos e cada um de nós.
Recentemente, pelo teu aniversário, fizeste questão de nos reunires em tua casa, à volta da tua mesa, numa feliz comemoração.
A todos abraçaste com o teu sorriso aberto e prazenteiro que irradiava satisfação por estarmos ali.
A tua mulher, o teu filho, a tua nora e a tua neta desdobraram-se em amabilidades para connosco, como se de família próxima se tratasse.
A tua neta falou por todos nós, num improviso que lhe impusemos, e salientou, em palavras simples mas plenas de significado, aquilo que um avô mais desejaria ouvir – a admiração, o amor, o carinho por um avô sempre presente, amigo, conselheiro e protector que a Leonor lhe testemunhou
Poderíamos fazer nossas as palavras da tua neta.
Há dois anos, também por altura do teu aniversário, almoçámos em Fajão, lembras-te? Fizeste questão de oferecer o almoço dizendo algo como isto “estes são os meus amigos, que importa o dinheiro?”
Foste sempre assim, amigo do teu amigo, generoso, bom e leal, de nome e de temperamento.
Para ti a vida deveria ser um jogo sem vencedores nem vencidos.
Nunca ninguém te viu zangado nem nunca te ouviu uma crítica a quem quer que fosse. Foste um exemplo de amigo, marido, pai, avô e Homem.
Hoje, que o jogo acabou, perdeste, Alberto, perdemos todos, e penso que, sem o sabermos, o abraço apertado que trocámos no dia do teu aniversário era um abraço de despedida.
A vida tem destas traições.
Sabes que deixas um vazio enorme.
O teu lugar, no “Entroncamento”, no “Escuro” como lhe chamamos, vai agora ficar vazio ao lado do Vasco mas não deixaremos de sentir a vossa presença junto de nós.
Um dia, lá nos encontraremos no universo do tempo, daremos um fortíssimo abraço de saudade e continuaremos as nossas conversas que agora interrompemos.
Embora tivesses o dever de continuar junto de nós, vai em paz, Alberto

Até sempre, Amigo.
José Oliveira Alves


Caro Alberto:

Eras um verdadeiro amigo, um amigo dos velhos amigos da malta.
Hoje, para sempre, a trágica frieza da morte, silenciou-te as palavras, extingue-te o sorriso, finaliza os gestos cúmplices e solidários com que acudias aos desprivilégios da vida.
No teu recato, longe de exuberâncias, sempre te ouvimos as palavras fortes com que elegias a amizade, que tanto consagravas no teu culto dos bens mais prestimosos da vida.

Meu caro Alberto: Amanhã, no “escuro”, tanto que vamos sentir a tua falta! Mas, haverá sempre um brilho teu, na memória das coisas fortes da vida, que nos iluminará as recordações que tu tanto protagonizaste connosco.
Adeus caro Alberto. Quero que acredites: Enquanto um dos da “malta” existir, tu existirás sempre connosco.

Nuno Espinal

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

NOVO TRAÇADO (OU NÃO) DO IP3

Com um tráfego rodoviário de cerca de 18 mil veículos/dia e uma elevada percentagem de veículos pesados, o atual eixo do IP3, está entre as estradas mais movimentadas do nosso País e constitui um dos trajetos essenciais, para o transporte de mercadorias para exportação.
O IP3 e o IC6, conferem a Penacova uma centralidade ímpar no importante traçado rodoviário, Coimbra-Viseu-interior norte e a ligação privilegiada à A25, como porta de acesso a Espanha e à Europa, ao interior e ao litoral.
Contrariamente a muitas outras vozes, tenho sempre defendido um reforço de investimento no atual traçado, transformando-o em perfil de autoestrada, em detrimento da construção de uma nova via alternativa, muito mais cara e portajada.
Fui agora informado, que a construção de uma nova via é inevitável, e, que estão já em discussão pública duas hipóteses alternativas.
Uma, o chamado traçado norte, defendido pelos Autarcas a norte, que veem com bons olhos uma distância um pouco mais curta entre as cidades de Coimbra e Viseu, com uma solução que ainda se sobrepõe um pouco ao IP3, prevê a passagem pela zona da Espinheira, depois em túnel pela Serra dos Moinhos da Portela de Oliveira e com a travessia do rio Mondego a montante do concelho de Penacova. Esta solução, que sujeitará, desde logo, o que vai restar do IP3 ao pagamento de portagem, retira-nos o nó de Lorvão, altera profundamente o ecossistema da Serra do Buçaco, abre uma grave ferida na paisagem, sobretudo na freguesia de Figueira de Lorvão e, mais grave ainda, pode provocar a destruição dos aquíferos, inviabilizar de vez a exploração das Corgas e acabar com a Água das Caldas de Penacova.
A alternativa, a que chamam agora o traçado sul, defendido pelas autarquias servidas pela Estrada da Beira, opta pela construção de uma estrada na margem esquerda do Mondego, que passará algures, em túnel pela Serra de Atalhada com ligação ao IC6. Esta solução, talvez com menor impacto ambiental, poderá beneficiar de alguma forma as freguesias do chamado alto do concelho de Penacova.
Neste processo, que, na minha opinião, deveria ser liderado, muito bem estudado e moderado pela Comunidade Intermunicipal, Penacova arrisca-se a ficar no meio deste jogo de interesses locais, a ficar fora da discussão e a assistir ao nascimento de uma nova via rápida, com o IP3 a transformar-se progressivamente numa estrada local, sem a importância estratégica que tem hoje, porventura, votada ainda mais ao abandono, com consequências necessariamente negativas para o concelho.
Sou dos que defendo que não precisamos de mais autoestradas, precisamos, isso sim, de melhorar as que temos, adaptando-as progressivamente às novas realidades, sem onerar ainda mais as gerações futuras. No entanto, e perante a inevitabilidade da sua construção, acho que Penacova deve lutar até ao limite do possível, pela manutenção e melhoria do IP3, sem custos para os utilizadores, e deve ser frontalmente contra qualquer solução que retire o nó de Lorvão e Figueira de Lorvão, que destrua a nossa paisagem, o nosso ambiente e a riqueza incomensurável dos nossos aquíferos.
Este não é o momento de nos alhearmos, de deixar andar ou fazer de conta, este é o momento de cerrar fileiras, de colocar o assunto em discussão pública, franca e aberta, e de levantar a voz a favor daquilo que é essencial ou, pelo menos, com menor impacto negativo para a qualidade de vida de quem cá mora e trabalha.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

LAMPREIA COINTINUA A SER RAINHA EM PENACOVA


No próximo fim-de-semana, tem lugar mais um Festival da lampreia, uma iniciativa que começou a ganhar forma há precisamente 20 anos, por ocasião do primeiro concurso gastronómico, promovido pela CM e os restaurantes do concelho, que ditou o “Cortiço” como primeiro classificado, com o “Côta” a ficar na segunda posição. Uma efeméride que pode ser recordada através das placas, que os restaurantes, orgulhosamente, mantém afixadas em locais bem visíveis. Este concurso, foi também o mote para se começar a reivindicar o que viria a ser a passagem de peixe construída, 17 anos mais tarde, no açude-ponte em Coimbra.
Um ano depois, estávamos em Fevereiro de 1998, teve então lugar a primeira edição do festival da Lampreia, que relançou também a doçaria conventual no nosso concelho, com a Câmara Municipal a promover a confeção da nevada de Penacova e do pastel de Lorvão, associando estas saborosas sobremesas à iguaria gastronómica, que viria ser, por muitos anos, rainha em Penacova.
Esta primeira edição, em que participaram os restaurantes, Boa Viagem, O Casimiro, O Cortiço, o Côta, o Ferradura, o Panorâmico e o Primavera teve uma outra atração, que entretanto acabou, o sorteio de uma refeição para duas pessoas, em cada um dos restaurantes, e uma dormida no Hotel de Penacova.
De acordo com a imprensa da época, o festival foi um autêntico sucesso, e Penacova viveu um fim-de-semana de festa, com milhares de visitantes a fazerem autênticas filas para saborear o famoso ciclóstomo. Lembro a D. Natália, do “Boa Viagem”, com as mãos na cabeça, a ver-se aflita e a servir almoços até às 4 horas da tarde. Estima-se, que logo no primeiro ano, foram cerca de cinco mil o número de refeições servidas.
O êxito desta primeira edição foi de tal ordem, que o fim-de-semana da Lampreia de Penacova, tinha obrigatoriamente de ser repetido. Com mais ou menos restaurantes, com mais ou menos um dia, com ou sem sorteio, a ideia original ainda hoje perdura e deu origem, seguramente ao maior evento gastronómico de Penacova e a um dos mais importantes da região.
No momento em que se aproxima mais um fim-de-semana, presto aqui a minha homenagem aos muitos colaboradores da Autarquia que lhe têm dado corpo, aos restaurantes aderentes, e a quem se empenhou para reavivar a confeção das nevadas e dos pastéis de Lorvão. Recordo de modo particular a Dulce Amaral à data chefe de secção cultural da Autarquia, a Isabel Viseu assistente administrativa e a Fernanda Cabral, técnica superior de comunicação que, pelos lugares que ocupavam, nos ajudaram muito. Recordo a forma intensa como nesses dois dias nos desdobrámos para distribuir os pastéis e apoiar os restaurantes e os milhares de visitantes. Felizmente muitos outros autarcas e colaboradores do município têm dado o seu melhor para continuar este projeto que já leva 20 anos.
Recordo igualmente o Sr. Henrique Côta, e o Sr. Abilio do restaurante Ferradura, já falecidos, e destaco o papel do Abel Batista, da D. Natália da Raiva, do Arménio do Panorâmico, do Casimiro no Silveirinho ou do “Zé Menino” de Vila Nova, como pioneiros deste projeto, sem esquecer o Café Rainha Santa de Lorvão, a Guida da Ronqueira, ou o Nuno Esperança, que souberam, com muita dedicação, responder ao desafio da doçaria conventual.
Hoje como ontem, continuo a pensar que quando queremos, quando nos empenhamos, quando estimulamos e acarinhamos as nossas gentes, os nossos empresários, aqueles que lutam e trabalham para ter um território mais empreendedor e desenvolvido, somos capazes de criar e de inovar, de produzir e renovar e, sobretudo, de gerar processos dinâmicos, sustentáveis e duradouros.
Destaco nas fotos a Nandita, a minha Nandita, um talento que que nos deixou prematuramente. Sim, só um talento poderia concluir com êxito um curso superior, apesar da doença e dos sucessivos e longos períodos de internamento.
O Ti Henrique Côta, como carinhosamente lhe chamávamos, um ícone do nosso concelho, conhecido e reconhecido de todos e por todos.
Finalmente o meu Amigo de infância, Abel Batista, a quem desejo um completo restabelecimento.

Foto tirada em 1997

 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO DA LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES




Passados dois anos, e pela segunda vez consecutiva, as grandes questões organizacionais dos Bombeiros Portugueses voltam a passar pelo distrito de Coimbra.
Depois do sucesso, que foi a organização do 42.º Congresso da Liga dos Bombeiros Portugueses, em Coimbra, em Outubro de 2014, o maior Congresso de sempre da história da LBP, a Federação de Bombeiros e as Associações e Corpos de Bombeiros do nosso distrito, voltam a estar envolvidos na organização do Congresso Extraordinário, que tem lugar no próximo Sábado, a partir das 9h00, no Casino da Figueira da Foz.
Trata-se de uma reunião magna, onde têm lugar os representantes das estruturas associativas e operacionais dos Bombeiros de Portugal, e onde serão debatidos temas tão importantes como a alteração dos próprios Estatutos da Liga, o Regulamento de Distinções Honoríficas dos Bombeiros, e as propostas de revisão do Fundo de Proteção Social do Bombeiro.
São documentos/regulamentos muito relevantes, que se manterão certamente por muitos anos, e ficarão para sempre ligados ao nosso distrito de Coimbra.
Para os Bombeiros do distrito, para as suas Associações e estruturas operacionais, é sempre uma honra organizar estes Congressos Nacionais e poder receber no seu espaço geográfico Entidades tão relevantes e representantes de todo o País. Saberemos, como sempre, manter os padrões de organização, que dignifiquem os Bombeiros, mas também toda a sociedade civil do nosso distrito.
Uma palavra de apreço para a Associação de Bombeiros para Sempre, que, também pela segunda vez, vai transmitir em direto todas as sessões de trabalho.