terça-feira, 2 de dezembro de 2014

2 DE DEZEMBRO-DIA INTERNACIONAL PARA A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA


Dia 2 de Dezembro celebra mais uma efeméride. Mas esta não é uma celebração qualquer. O dia 2 de Dezembro, instituído em 2004 pela Organização das Nações Unidas (ONU), recorda a aprovação da Convenção das Nações Unidas, em 1949, para a supressão do tráfico de pessoas e da exploração da prostituição de outrem.

Mas este dia deve também reavivar a memória e a história de toda a humanidade, que adotou a prática social do esclavagismo, como forma mais sórdida de exploração e humilhação da condição humana.

Esta história, o seu conhecimento, a evocação da sua memória permite-nos honrar os milhões e milhões de seres humanos que, de uma ou de outra forma, a protagonizaram, mas permite-nos, sobretudo continuar a realizar o combate contra as novas modalidades de escravatura e de tráfico de seres humanos, de fanatismos politicos e religiosos, de exploração sexual, de recrutamento forçado de crianças, de casamentos obrigados, das piores formas de trabalho infantil e da privação da liberdade associada à pobreza extrema.

Num mundo dito moderno e socialmente aceitável, nunca é de mais lembrar que cerca de 27 milhões de homens, mulheres e crianças são vitimas das mais diversas formas de escravidão, ou seja, mais do que o dobro de Africanos forçados a trabalhar durante os 400 anos de tráfico para as Américas.

De acordo com relatórios publicados, o tráfico de seres humanos gera ainda qualquer coisa como 32 biliões de dólares por ano e no momento em que era expectável que estes números diminuíssem no sentido da modernidade e do progresso social, novos paradigmas de organização dos povos, de relações laborais e aumento de conflitos armados, continuam a potenciar este fenómemo degradante, perante uma aparente passividade dos mais ricos e poderosos.

Não temos nenhuma receita mágica para um problema desta dimensão, mas, exatamente por isso, é muito importante não esquecer e colocá-lo, cada vez mais, no topo da agenda mediática e na primeira linha do conhecimento e da academia global.

Uma sociedade mais informada tem mais facilidade em combater as desigualdades e como disse recentemente Malala Yousafzai, “Uma criança, um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo”.