Dia 2 de
Dezembro celebra mais uma efeméride. Mas esta não é uma celebração qualquer. O
dia 2 de Dezembro, instituído em 2004 pela Organização das Nações Unidas (ONU),
recorda a aprovação da Convenção das Nações Unidas, em 1949, para a supressão
do tráfico de pessoas e da exploração da prostituição de outrem.
Mas este dia
deve também reavivar a memória e a história de toda a humanidade, que adotou a
prática social do esclavagismo, como forma mais sórdida de exploração e
humilhação da condição humana.
Esta
história, o seu conhecimento, a evocação da sua memória permite-nos honrar os
milhões e milhões de seres humanos que, de uma ou de outra forma, a
protagonizaram, mas permite-nos, sobretudo continuar a realizar o combate
contra as novas modalidades de escravatura e de tráfico de seres humanos, de
fanatismos politicos e religiosos, de exploração sexual, de recrutamento
forçado de crianças, de casamentos obrigados, das piores formas de trabalho
infantil e da privação da liberdade associada à pobreza extrema.
Num mundo
dito moderno e socialmente aceitável, nunca é de mais lembrar que cerca de 27
milhões de homens, mulheres e crianças são vitimas das mais diversas formas de
escravidão, ou seja, mais do que o dobro de Africanos forçados a trabalhar
durante os 400 anos de tráfico para as Américas.
De acordo com
relatórios publicados, o tráfico de seres humanos gera ainda qualquer coisa
como 32 biliões de dólares por ano e no momento em que era expectável que estes
números diminuíssem no sentido da modernidade e do progresso social, novos
paradigmas de organização dos povos, de relações laborais e aumento de conflitos
armados, continuam a potenciar este fenómemo degradante, perante uma aparente
passividade dos mais ricos e poderosos.
Não temos nenhuma
receita mágica para um problema desta dimensão, mas, exatamente por isso, é
muito importante não esquecer e colocá-lo, cada vez mais, no topo da agenda
mediática e na primeira linha do conhecimento e da academia global.
Uma sociedade
mais informada tem mais facilidade em combater as desigualdades e como disse
recentemente Malala Yousafzai, “Uma criança,
um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo”.