terça-feira, 7 de julho de 2015

ACRISE NA GRÉCIA E NA EUROPA


Yanis Varoufakis, Ministro das finanças do governo Grego, foi a primeira vítima do resultado do referendo que ele próprio promoveu.

Para quem ainda pensava que o Povo Grego não tinha opinião formada sobre a crise que afeta as suas necessidades mais básicas, sobretudo do povo que trabalha, aí está a resposta. Um rotundo não às medidas da Europa de mais austeridade para quem mais precisa, mas também um rotundo não às propostas demagógicas do Governo Syriza.

Alexis Tsipras e Yanis Varoufakis, chegaram à conclusão que não conseguiam governar o País e decidiram colocar a responsabilidade do lado do Povo. Se o “Sim” tivesse ganho, os principais responsáveis ter-se-iam provavelmente demitido com o argumento de não poder governar, mas o povo, na sua douta sabedoria, devolveu-lhes essa mesma responsabilidade, dizendo-lhes com toda a segurança, que foram eleitos para governar e para tirar, como haviam prometido, a Grécia da austeridade.

O Syriza, por via do seu discurso, foi a força política mais votada para dar esperança ao Povo Grego, ao invés disso, hoje os bancos estão fechados, e os bens mais essenciais começam a escassear. Por cá, o discurso também foi assim, mas apesar das muitas promessas não cumpridas e do esmagamento da classe média, não chegámos a este estado de aflição.

Interpreto, por isso, este “não” do Povo Grego como uma lição para a Europa teimosa e redutora, e sobretudo para o egocentrismo da Alemanha e da França, mas também para todos aqueles que querem ser eleitos com propostas demagógicas, que sabem nunca vão poder cumprir.

Só por isso, sou levado a concordar com o referendo. 

Espero, no entanto, que fazendo uso dos mesmo argumentos de democracia, os outros países não se lembrem de promover um referendo, para que o povo se pronuncie se quer ou não continuar a emprestar dinheiro à Grécia.

Enquanto isso, em Portugal os cidadãos pagam bilhete nos transportes públicos para ir trabalhar, na Grécia os transportes públicos estão gratuitos.