Desde a minha visita aos Estados
Unidos da América, no último mês de Novembro, não voltei a esta página onde
tinha escrito, que gostaria de encontrar uma América de paz e não de conflitos,
de união e não de discórdia, uma América onde se construam pontes e não se
ergam muros.
Enganei-me. Hoje, um dia após a
posse do novo Presidente, a expetativa não é de união, não é de paz e muito
menos se vislumbra um tempo de construção de “pontes”.
O isolacionismo, que faz parte do
discurso incoerente de Trump relativamente ao mundo, às alianças constituídas
e aos grande conflitos, mas também às grandes questões do ambiente e ao modelo social interno, não
deixa antever nada de bom. Em política o vazio é inimigo da estratégia. Qualquer
organização, por mais pequena que seja, precisa de estratégia, de definição e
de rumo. As pessoas e o mundo ainda olham para os Estados Unidos da América
como uma potência líder mundial. É neste sentido que a sua liderança, mais do
que sólida e poderosa, precisava, hoje talvez mais do que nunca, de ser
credível e coerente.
Perante o atual cenário, resta-nos a força da democracia
dos EUA, consolidada ao longo de centenas de anos, com pesos e contrapesos, com
o Senado e o Congresso, que estou certo, não deixarão o novo Presidente concretizar
muitas das propostas, que foi anunciando durante os últimos meses.
Se assim não for, o mundo deixará
de ser unipolar, liderado pela América, e tornar-se-á multipolar com a Rússia,
a China, a Europa e porventura o mundo Islâmico, a quererem um papel mais
interventivo, numa nova ordem mundial que se estará a desenhar.