quinta-feira, 27 de setembro de 2018

SINAIS DOS TEMPOS…OU A DEGRADAÇÃO DO ESTADO


O País assiste, talvez já sem surpresa, à prisão do diretor da Policia Judiciaria Militar e outros responsáveis, alegadamente, por existirem “guerras” entre polícias.
O caso poderia até parecer uma brincadeira de ciúmes, de ambições pessoais ou corporativas se o conteúdo não fosse tão sério e relevante. Acontece, que se trata de um assunto de estado, do roubo de armas de um paiol militar, ainda tão mais grave quando sabemos que andou envolto em sucessivos mistérios, contradições e incertezas e em sucessivas declarações, mais ou menos desastradas, gerando uma natural sensação de desconfiança e insegurança nos cidadãos.
É certo, que nos tempos que correm, andamos todos um pouco baralhados: Polícias com responsabilidades de apagar incêndios, Bombeiros que regulam o trânsito enquanto esperam pela chegada da polícia. Há uns tempos, era impensável ver carros de combate a incêndios capotados com a sigla da “GNR”, ou lamentar os ferimentos graves e o internamento de militares desta prestigiada força, devido ao combate a incêndios florestais.
Hoje temos fotografias censuradas, que levam à demissão de responsáveis, e não era hábito termos o Presidente da República, o mais Alto magistrado da Nação, dias a fio, a dar entrevistas em calções de banho.
Atualmente temos o maior investimento (diz-se) de sempre na área da saúde, mas também um número de demissões, sem precedentes, de responsáveis hospitalares e um agravamento continuado dos cuidados prestados.
Temos um primeiro-ministro que dá a sua palavra honrada, que a repete cinco vezes, para uns dias depois a reduzir a menos de nada.
Sim, tudo isto parece um sinal dos tempos, a que, mal ou bem, nos vamos habituando, mas o incidente de Tancos não é bem a mesma coisa. Quando se trata da Instituição Militar, atingida ao seu mais alto nível, exatamente a Policia Judiciária Militar, então não serão apenas sinais dos tempos, mas antes fenómenos complicados de degradação das Instituições, que podem ferir a dignidade e a credibilidade do próprio Estado de Direito.
Apesar de tudo, e dos seus constrangimentos, vamos acreditando no sistema judicial, esperando que não seja beliscado pelo recente e rocambolesco episódio da nomeação da PGR.
 
 
 
 
 



 

Fotos com crédito de imagem