Texto escrito em 17 de Outubro de 2017
Cinco vidas ceifadas, 4 Bombeiros que
necessitaram de deslocação aos HUC, 29 casas de primeira habitação destruídas,
dezenas de animais, máquinas industriais, equipamentos fabris, armazéns, casas
e ferramentas agrícolas, pomares, vinhas e olivais, e cerca de 10 mil de
hectares de floresta queimada, é o balanço, ainda provisório, do terrível
incêndio, o maior e mais destrutivo de que há memória no nosso concelho.
A dimensão e velocidade do fogo e a sua
generalização pelo nosso distrito e por toda a região, impediu que todas as
pessoas, todas as aldeias fossem protegidas como era suposto serem.
Temos consciência de tudo o que não se salvou
e das perdas enormes para as famílias afetadas, e nem mesmo a noção do muito
que, apesar de tudo, conseguimos salvar, apaga a nossa angústia e a sensação de
que fomos muito poucos perante a dimensão assustadora da tragédia.
Ao longo de anos preparámo-nos para cenários
adversos, adquirimos uma frota de veículos de socorro das melhores do nosso
País, constituímos um grupo de Bombeiros Voluntários dos maiores e mais bem
preparados a nível nacional e concebemos uma gestão sólida e eficaz.
Como nos competia, criámos nos Penacovenses uma
sensação única de segurança e de conforto e habituámos todos a ter uma forte
confiança nos seus Bombeiros. Parecia que não havia problema que não fossemos
capazes de resolver. De um momento para o outro, a adversidade avassaladora da
natureza coloca-nos perante cenários a que não conseguimos dar a resposta que a
população, que tanto confiava, precisava.
O mundo desmoronou-se, sobretudo para quem
perdeu os familiares, para quem não há solução possível, mas para todos os que
perderam os seus bens, as suas casas, o seu emprego ou a base da sua
sustentabilidade. Mas também para nós, que jamais apagaremos da nossa memória,
individual e coletiva, a sensação de impotência, a angústia infindável de não
ter meios suficientes, de não ter comunicações, de não ter um qualquer dom
sobrenatural que nos permitisse estar em todo o lado. Apesar de tudo, resta-nos a consciência de
que demos tudo o que humanamente podíamos.
A dimensão e a violência do incêndio, não deixou margem para alternativas. Contámos apenas connosco, com o nosso Povo, que na generalidade compreendeu e nos colocou à disposição camiões cisterna, tratores, piscinas para abastecimento, motobombas, num movimento extraordinário de solidariedade e de partilha, que nunca esqueceremos.
É nas tragédias que muitas vezes reforçamos o conceito da dimensão da capacidade humana e intensificamos os laços de solidariedade. São estes laços e o sentimento tão forte de união, que não podemos deixar de realçar.
A dimensão e a violência do incêndio, não deixou margem para alternativas. Contámos apenas connosco, com o nosso Povo, que na generalidade compreendeu e nos colocou à disposição camiões cisterna, tratores, piscinas para abastecimento, motobombas, num movimento extraordinário de solidariedade e de partilha, que nunca esqueceremos.
É nas tragédias que muitas vezes reforçamos o conceito da dimensão da capacidade humana e intensificamos os laços de solidariedade. São estes laços e o sentimento tão forte de união, que não podemos deixar de realçar.