quinta-feira, 1 de março de 2012

INCÊNDIOS FLORESTAIS

Os incêndios florestais sucedem-se a um ritmo perfeitamente invulgar, desgastando equipamento e veículos, consumindo floresta e sacrificando Mulheres e Homens, voluntários a grande maioria, que deixam o seu trabalho para acorrer ao toque da sirene ou deixam de descansar e dormir para no dia seguinte, ou no mesmo dia, estarem aptos nos seus locais de trabalho.
Tem sido assim todos os dias. Foi assim ontem à tarde para Chelo, com a deslocação de dois veículos e 10 Bombeiros, mais um incêndio com origem numa queimada, e pouco depois para Cerquedo, na Freguesia de Carvalho, para onde os Bombeiros fizeram deslocar 4 veículos de Penacova, e outros 2 dos Bombeiros da Mealhada.
Foi assim, também, ao início desta manhã, pouco depois das 6h.30, mais uma vez para o Cerquedo, onde a esta hora ainda permanecem em operações de rescaldo.
É assim, a esta hora, com mais uma chamada para S. Mamede.
Como é possível, depois de tantos avisos na comunicação social, depois daquilo que todos observamos no dia a dia, ainda haja tanta gente que utiliza o fogo na floresta, com este tempo tão quente anormalmente seco.
Como é possível, estes nossos concidadãos, que com exemplos de cidadania meritórios, que ainda se aventuram, se sacrificam e se dedicam ao cultivo das terras e à limpeza dos matos, desperdicem depois todo este capital de confiança, de trabalho e de credibilidade com os gestos irrefletidos da queima dos sobrantes agrícolas.
Depois, desesperados, ouvimo-los dizer “porque é que não estive quieto, porque é que não fiquei em casa, etc. etc.”. Mas seguramente que o caminho não é este. Quem pode, quem gosta, quem se dedica quantas vezes de forma exemplar ao cultivo das suas terras e à limpeza dos seus bocadinhos de floresta, pode e deve continuar a fazê-lo. Mas não pode, nem deve usar o fogo, sobretudo com estas condições meteorológicas.
Ao fazê-lo, está a colocar em risco a sua vida, os seus bens e os bens coletivos, está também a consumir recursos públicos e particularmente a arranjar muitos problemas e inquietações de que não se vê livre com facilidade.
A nossa experiência permite-nos afirmar que estes incidentes são, em regra, causados pelas pessoas mais velhas, porque são Elas que mais se dedicam às tarefas agrícolas, mas é tempo de todos nós reflectirmos sobre esta problemática, também e sobretudo os mais jovens, que em casa poderão ter um papel importante no aconselhamento aos Pais e aos Avós.

VAMOS LÁ! MAIS ATENÇÃO, MENOS DESCUIDOS E TODOS FICAREMOS A GANHAR.