O céu ficou vestido de negro, o mesmo tom escuro,
carregado e sombrio que vestiu ontem, que veste hoje e vestirá durante muito
tempo o coração e alma dos Bombeiros do nosso distrito.
Rostos imensamente tristes, expressões de cansaço,
de impotência perante a tragédia, mas também uma solidariedade muito forte
abalou os Bombeiros de Coja, da Lousã, e, no fundo, do Distrito e do País.
Perante o cenário de vários incêndios florestais, em
Arganil e Oliveira do Hospital, em Coimbra, em Condeixa-a-Nova, em Penela,
novamente em Arganil e confrontados com tantas adversidades, os Bombeiros,
apesar de tudo, souberam estar à altura das suas responsabilidades e
mobilizaram-se de uma forma tão voluntária, solidária e altruísta, só possível num
sistema organizacional desta dimensão humanista.
Como não podia deixar de ser, os Bombeiros de
Penacova estiveram em todos os cenários, com todos os meios de que puderam
dispôr, partilharam e partilham a mesma dor, a mesma amargura dos Companheiros
de Coja, que viram partir uma Jovem de 25 anos e que têm ainda dos dos Seus, um
dos Nossos, com prognóstico clínico
reservado.
Nada nem ninguém apagará esta tristeza, esta
angústia que nos aperta peito, mas ao menos que a memória desta Companheira nos
possa fazer reflectir, a todos, aos Bombeiros, aos responsáveis e à população em geral, que nenhum pinheiro
ou eucalipto, ou porventura a mata mais importante, vale o sacrifício da
própria vida.