Com início em 1999, o Festitradições de Povos do Mundo Festival
Internacional de Artes e Cultura acabou em 2010, depois de 11 anos a entusiasmar
o concelho de Penacova.
Na imprensa local de 2010 podia
ler-se:
“O
Festitradições enraizou-se e faz já parte do cartaz cultural do concelho. Está
de volta para mais nove dias de festa, onde, além das galas, se promovem
sessões para os utentes das IPSS’s, oficinas de dança e até uma noite
gastronómica internacional, onde os grupos dão a conhecer o melhor da sua mesa….
Este ano, a nível internacional, visitam o concelho grupos oriundos da Polónia,
Guiné-Bissau, Rússia, Angola e México, a que se juntam os ranchos portugueses
representativos de todo o país. «São povos de todo o mundo que nos visitam e
apresentam as suas danças e tradições»”
Passados 5 anos, a imprensa de ontem não falava de
Penacova mas dava conta que o FOLK Cantanhede-Semana Internacional de Folclore
foi um dos 12 festivais internacionais distinguidos como “Embaixadores Culturais
CIOFF de todo o mundo” e referia, como não podia deixar de ser, a satisfação
dos responsáveis por terem conseguido cumprir todos os requisitos exigidos pela
UNESCO, na defesa dos interesses do património cultural imaterial e alcançar
esta distinção no seio do CIOFF, que conta com 110 países membros.
Esta notícia, que li nos principais jornais da
região, trouxe-me exatamente à memória os dias animados do Festitradições
organizado, de forma apaixonada durante 11 anos, pelos Grupos de Chelo, Lorvão
e Penacova, com a colaboração dos outros grupos do Concelho e de muitas
Associações. Recordo-me da participação das Filarmónicas, em 2010 do Grupo de
Cavaquinhos da Rebordosa, das IPSSs, dos Bombeiros e do envolvimento permanente
das Escolas.
Como revivo ainda o exotismo dos Grupos da Polónia,
da Costa Rica, de Cuba, do México, da Colômbia, da vizinha Espanha, de Angola,
da Guiné, da Sérvia e de tantos outros que, de uma forma ou de outra, levaram
Portugal aos quatros cantos do mundo.
Como me lembro do Terreiro apinhado de gente
sentada nas cadeiras adquiridas para o efeito e do bulício no final a
empilhá-las, quase mecanicamente, para serem levadas para as Galas seguintes em
Chelo e Lorvão.
Não esqueço o cansaço de alegria de tantos
elementos dos ranchos, que dormiam em camaratas improvisadas nas escolas
preparatória e secundária e a preocupação constante do Sérgio Fonseca, do
Amável Ferreira, da Lídia Costa e de tantos outros.
Não, também não esqueço o movimento que dava à Vila
e os trajes multicolores que se passeavam pelas ruas de Penacova e povoavam os
palcos um pouco por todo o concelho.
Passados 5 anos é tempo de recordar e de manifestar
a tristeza, que ainda nos vai na alma, por ter acabado um dos poucos, quase
único, evento verdadeiramente internacional realizado no nosso concelho. É
tempo também de homenagear todos quantos ao longo de uma década deram o seu
melhor e viram, de repente, esse esforço tão ligeiramente desperdiçado.
Não tivesse o Festitradições de Povos de Mundo
acabado e tenho a certeza que hoje as páginas dos jornais falariam do nosso
concelho, do seu Festival Internacional e Penacova seria “Embaixador Cultural do CIOFF para todo o mundo”.
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