terça-feira, 26 de julho de 2011

BOMBEIROS SEM DESCANSO

Os Bombeiros de Penacova andaram ontem, mais uma vez numa autêntica “roda-viva” desde a meia noite, quando, depois de regressarem do incêndio de Montemor-o-Velho, receberam um pedido para o combate a um pequeno incêndio em S. Pedro de Alva.
Ao inicio da tarde novo pedido para a localidade de Ribeira, freguesia de S. Pedro de Alva e mais tarde outra solicitação para a Ponte de Penacova, no acesso ao Ip3 e “Água das Caldas”. Pelo meio, uma série de emergências a movimentar várias ambulâncias durante todo o dia.
Para estes incêndios foram mobilizados recursos diversos, e só a rapidez da intervenção e o facto de todos eles terem inicio junto a estradas com acessos facilitados, impediu a sua propagação.
São, de facto, muitas ignições em pouco tempo. Ainda assim, os Bombeiros têm tido disponibilidade para acorrer a todas elas, mas é preciso que a população entenda o sistema de protecção civil que tem no concelho, assente essencialmente no voluntariado. Quando acontece um incêndio, quantas vezes por descuido ou negligência, as pessoas que antes nem sequer limparam o mato junto à porta de casa, julgam que os Bombeiros já ali estão, naquele momento, para o apagar.
Ora não é exactamente assim. Os Bombeiros, a grande maioria voluntários, têm que sair de suas casas, ou dos seus empregos, de noite vão dormir de forma voluntária ao quartel e no dia seguinte têm que ir trabalhar cada um para a sua profissão, têm que mudar de roupa, equipar-se, pôr o veículo a trabalhar, o que ainda demora alguns segundos, e percorrer depois, em segurança, o trajecto que os separa do local da ocorrência.
Tudo isto é feito no mínimo espaço de tempo, mas no tempo em que é possível, não há milagres nem os Bombeiros e os veículos têm asas. Percebe-se a aflição e o desespero das pessoas, mas já não se entende a má educação, muitas vezes a roçar o insulto, por parte de quem, antes não fez o que devia, e a maior parte das vezes nem sequer sabe o número de telefone do Quartel dos Bombeiros.
Quase sempre ligam 112, e ficam muito admirados porque quem os atende lhes pergunta onde é a localidade e melhor acesso para lá. Quando os Bombeiros chegam, como ainda há pouco me aconteceu, um cidadão, visivelmente irritado, perguntou-me “que raio de Bombeiro o atendeu no quartel, que nem sequer sabia onde era a aldeia…” que aqui agora não vou referir. Quando lhe perguntei qual o número que marcou, disse-me 112. Santa ignorância. Como é possível não saber que o 112 é atendido na Polícia em Coimbra, que depois encaminha a chamada para o INEM, ou para a Protecção Civil Distrital, conforme seja emergência pré-hospitalar ou incêndio, e só depois é que estas Entidades ligam para os Bombeiros.

Precisamos, todos nós, de ter cada vez mais consciência cívica, mas também mais cuidado, mais prevenção. Com o número de ignições a que todos os dias assistimos e com a floresta no estado em que se encontra, corremos o risco de ter alguns dissabores.