domingo, 1 de novembro de 2015

1 DE NOVEMBRO DE 1755



Foi há 260 anos, 1 de Novembro de 1755, quando cerca das 9h.40 da manhã, a terra tremeu com intensidade. Foi o maior terramoto sentido em Portugal e teve lugar 224 anos depois de em 1531 outro terramoto ter causado um número estimado de 30 mil mortos.
Mais recente, em 23 de Abril de 1909, teve lugar o maior sismo do século passado, com uma magnitude de 7,6 e que destruiu quase por completo a vila de Benavente e causou prejuízos avultados na cidade de Lisboa.
Mas foi em 1755, na data em que se celebra o “Dia de Todos os Santos”, que o abalo sísmico, de 8,5 de magnitude, foi sentido em diversas zonas do país, durante um período de mais de seis minutos, tempo suficiente para provocar a destruição parcial da cidade de Lisboa e cerca de 90 mil vítimas mortais.
Todo o sul de Portugal foi afetado e o tsunami que se seguiu cerca de 20 minutos depois, com ondas de mais de 10 metros, invadiu toda a cidade e uma boa parte da costa portuguesa, com especial incidência na costa algarvia.
Na capital, nas zonas que não foram afetadas pelo tsunami, o fogo, que durou cinco dias, encarregou-se de consumir um número considerável de edificações, todos tinham fugido e não havia quem o apagasse.
Passados 260 anos a ameaça paira sobre as nossas cabeças, de acordo com especialistas do LNEC, um próximo terramoto em Portugal poderá causar entre 17 a 27 mil mortos, mas nem por isso tomamos as precauções, que há luz do conhecimento atual, podiam e deviam ser tomadas.
Nesta matéria existem questões estruturais, que não estão ao alcance de qualquer um de nós, sobretudo as que se referem à vulnerabilidade sísmica do edificado e da rede de infraestruturas e obras públicas, mas existem outras bem mais simples, que o comum do cidadão deve aprender e respeitar em caso de ocorrência.
Desde logo devemos estar preparados. Em casa, no trabalho, na Escola é importante falarmos destas coisas, preparar, refletir e rotinar procedimentos.
Depois, sabemos bem, que nestas condições é muito difícil manter a calma, mas ela é absolutamente necessária, não apenas para nos salvarmos, mas também para ajudar a salvar os outros, lembremo-nos que nestas circunstâncias também uma parte dos serviços de socorro poderão ser afetados.
Num primeiro momento, Baixar, Proteger e Aguardar, são gestos simples que poderão fazer toda a diferença.
De seguida é necessário manter a calma e proceder de acordo com local onde estivermos.
Não sabemos quando mas um dia irá acontecer.