Foi há 260 anos, 1 de Novembro de 1755, quando
cerca das 9h.40 da manhã, a terra tremeu com intensidade. Foi o maior terramoto
sentido em Portugal e teve lugar 224 anos depois de em 1531 outro terramoto ter
causado um número estimado de 30 mil mortos.
Mais recente, em 23 de Abril de 1909, teve lugar o
maior sismo do século passado, com uma magnitude de 7,6 e que destruiu quase
por completo a vila de Benavente e causou prejuízos avultados na cidade de
Lisboa.
Mas foi em 1755, na data em que se celebra o “Dia
de Todos os Santos”, que o abalo sísmico, de 8,5 de magnitude, foi sentido em
diversas zonas do país, durante um período de mais de seis minutos, tempo
suficiente para provocar a destruição parcial da cidade de Lisboa e cerca de 90
mil vítimas mortais.
Todo o sul de Portugal foi afetado e o tsunami que
se seguiu cerca de 20 minutos depois, com ondas de mais de 10 metros, invadiu
toda a cidade e uma boa parte da costa portuguesa, com especial incidência na
costa algarvia.
Na capital, nas zonas que não foram afetadas pelo
tsunami, o fogo, que durou cinco dias, encarregou-se de consumir um número
considerável de edificações, todos tinham fugido e não havia quem o apagasse.
Passados 260 anos a ameaça paira sobre as nossas
cabeças, de acordo com especialistas do LNEC, um próximo terramoto em Portugal
poderá causar entre 17 a 27 mil mortos, mas nem por isso tomamos as precauções,
que há luz do conhecimento atual, podiam e deviam ser tomadas.
Nesta matéria existem questões estruturais, que não
estão ao alcance de qualquer um de nós, sobretudo as que se referem à
vulnerabilidade sísmica do edificado e da rede de infraestruturas e obras
públicas, mas existem outras bem mais simples, que o comum do cidadão deve
aprender e respeitar em caso de ocorrência.
Desde logo devemos estar preparados. Em casa, no
trabalho, na Escola é importante falarmos destas coisas, preparar, refletir e
rotinar procedimentos.
Depois, sabemos bem, que nestas condições é muito
difícil manter a calma, mas ela é absolutamente necessária, não apenas para nos
salvarmos, mas também para ajudar a salvar os outros, lembremo-nos que nestas
circunstâncias também uma parte dos serviços de socorro poderão ser afetados.
Num primeiro momento, Baixar, Proteger e Aguardar,
são gestos simples que poderão fazer toda a diferença.
De seguida é necessário manter a calma e proceder
de acordo com local onde estivermos.
Não sabemos quando mas um dia irá acontecer.