quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O FOGO DEIXOU-NOS


Não, não foram os muitos incêndios florestais. Estes tornaram esta quarta feira, outra vez, num dia particularmente difícil.
O FOGO deixou-nos. O Nosso FOGO, não resistiu ao peso da idade. Talvez com saudades dos veículos de que também ele mais gostava, não teve forças para reagir a tamanha adversidade. Não os viu regressar com os seus Bombeiros e partiu com eles. Logo ele, um cão imponente, forte, majestoso, intenso, vivo e absorvente, meigo, amigo, fiel, companheiro, e apenas porque sim, também ele bombeiro.
O FOGO estava connosco desde 1998. Cresceu e viveu nesta Casa que era a sua, que foi sua durante 15 anos. Quinze anos de cumplicidade forte e permanente. O FOGO, este animal respeitado e respeitador e que quando era preciso também metia respeito, fazia parte da vida de todos e de cada um de nós. Não, não voltará mais ao talho com a D. Lurdes, nem vai mais para casa do Artur Costa. Deixou-nos em paz, a dormir.
Claro que estamos tristes, claro que chorámos como se chora por um amigo. Muitos de nós, diria mesmo todos nós, mesmo os mais novos, iremos recordá-lo com ternura, mas iremos recordá-lo também pelo seu verdadeiro exemplo de uma lealdade sem limites.