Não,
não foram os muitos incêndios florestais. Estes tornaram esta quarta feira,
outra vez, num dia particularmente difícil.
O
FOGO deixou-nos. O Nosso FOGO, não resistiu ao peso da idade. Talvez com
saudades dos veículos de que também ele mais gostava, não teve forças para
reagir a tamanha adversidade. Não os viu regressar com os seus Bombeiros e partiu
com eles. Logo ele, um cão imponente, forte, majestoso, intenso, vivo e
absorvente, meigo, amigo, fiel, companheiro, e apenas porque sim, também ele
bombeiro.
O
FOGO estava connosco desde 1998. Cresceu e viveu nesta Casa que era a sua, que
foi sua durante 15 anos. Quinze anos de cumplicidade forte e permanente. O
FOGO, este animal respeitado e respeitador e que quando era preciso também
metia respeito, fazia parte da vida de todos e de cada um de nós. Não, não
voltará mais ao talho com a D. Lurdes, nem vai mais para casa do Artur Costa. Deixou-nos
em paz, a dormir.
Claro
que estamos tristes, claro que chorámos como se chora por um amigo. Muitos de
nós, diria mesmo todos nós, mesmo os mais novos, iremos recordá-lo com ternura,
mas iremos recordá-lo também pelo seu verdadeiro exemplo de uma lealdade sem
limites.